segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

verborragia

duas dúzias de doses de uisque barato depois a coragem & a força necessárias para dizer eu desisto ta bom desisto de resistir a você & ao seu jeitinho de menina pilantra a dedilhar meu corpo com seus dedos frios & longos que enfia em meu cu enquanto te beijo faceiro & feliz como se vivesse em outro mundo não nesse onde cresci & me fiz o que sou os muitos que sou mesmo quando sozinho sento-me na variedade dos meus eus na pluralidade dos teus meus na sonoridade do teu corpo quando tange o meu posso dizer com todas a letras que por você perco a linha & o carretel & tonto que sou teço loa à sua pessoa que ri de mim achando graça de mim fugindo de mim escondendo-se de mim sem dizer isso ou aquilo apenas repetindo a vacuidade do hum & do dois enquanto eu inocente te cubro de cuspe e palavras.




ouça esse poema em áudio no formato WAV

https://soundcloud.com/samusque/verborragia

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

easy listen music

para você guardei cada palavra
mas engoli uma a uma mesmo que  elas enroscassem arranhassem fodessem minha goela
com gelo e vodka
num balcão de bar barato
com comida ruim
e gente perigosa

putas em alvoroço:
as ruas locupletam
completamente
paus e cus
nos seus circuitos mais óbvios
e sobram variedades deles nas veias desta cidade
em franca concorrência com seus afazeres


retorno rápido
para o finito e aquém
com o coração em pedaços

i’ll never fall in love again




ouça o poema em audio formato WAV

R.I.P



essa longa fila de homens mortos
insiste em crescer
em níveis
incontáveis pelos meus dedos.
é a vida diriam os vividos e também os filósofos.
enquanto no vão eu duvido
eis que tomba mais um.

domingo, 30 de novembro de 2014

a lanterna de diógenes

dias de doido a dar cabeçadas nos degraus quem mandou pescoço alto ficar dando saltos por sobre as dobras e as franjas da vida? quem foi que fincou a faca e ficou contando nos dedos os tropeços e sobre eles e somados as peças que me pregas? praguejar rogar aos raios que te partam em pedaços doídos de bolo que não comes porquê engorda é o que me aguarda.  3 novenas 9 trezenas 12 hajjs e 34 rápidas ablusões que quase me afogam como aquele lindo ganso naquela tarde naquele motel mortinho não resolvem. então retorno reto aos dias bem agitados e rondas noturnas com lanterna e tudo só pra ver se te acho. 

4 haicais

1
exercito minha existência
nos vãos
dos seus nãos

2
quando sorri e acenas
da eternidade roubas
cinco minutos apenas

3
no seu aniversário
lí nos seus pelos
o que quer perder de mim.

4
algumas almas
quando tocadas
fulminam a gente



180914

terça-feira, 25 de novembro de 2014

exercício chauvinista

blusinha decotada no corpo da putinha

peitinhos duros farois acesos

& dedos fugindo da sandália

sorrisos brilhantes tem a putinha

tem cáries de tanto chupar pau

chama as amigas pra cerveja

as bibas pras drogas

e faz ar de pasmada quando tenta se apaixonar

não sabe ingles

ignora quem seja bach

prefere não beijar clientes

abortou 3 ou 4 vezes

bebe gim

enche a cara

ri

fala alto

gosta do cheiro de xana que exala

um dia quebrarei a cara da putinha

não por chauvinismo

mas por achar que ela é mais feliz que eu

farewell, vaarwel

por um breve lapso de tempo pensei que seu corpo fosse meu
por um breve lapso de tempo não pensei
& passei dias & noites
adormecido nos seus braços brancos & pintados
talvez fosse o dia talvez fossem as horas
talvez fosse a fala ou o anel de interdições
mas quando abri os olhos
quando apontei o dedo
você pôs a roupa & foi embora

terça-feira, 7 de outubro de 2014

lírico


talvez tenha sido o sonho
esse sonho de vila & sossego
passos lentos

& monotonia na alma
que tenha deixado tão longe a expectativa do corpo

& aproximando sorrateiramente erupções, coágulos, corrimento & todas as diseases cardíacas & mentais
impossível não notar que só seu sim faz sentido quando me sento  ante aos exercícios diários

que me deleitam

deploro todas as exigências de seu cu: RG, foto, fator Rh

deploro mais as ausências os silêncios & esse sono, sono que me abate & me deita

 

beleza
ali logo mais abaixo há um desvio

onde escondo todo meu lirismo

domingo, 21 de setembro de 2014

Despeito

Sobre você não penso boas coisas
Conheci a dor catei cavaco lustrei panelas
Por isso arrumei a papelada registrei cada xingamento
Chamei a polícia
Joguei as chaves
E entrei dentro do meu próprio cu

Aqui dentro é quentinho
E na terceira prega à esquerda
Deixei seu retrato
Esquecido
De propósito

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Goma de mascar

Pelas ruas o carros passam correndo
E eu sentado corro atrás do quando e onde que não se mostram tão fáceis quanto as mulheres dessas revistas que ficam coladas pelo desejo em sua forma líquida e viscosa
Não é fácil manter o equilíbrio
Aliás é foda manter o equilíbrio
Antes quebrar pratos e pernas
Mas voltar pra casa mascando vitória
Do que engolir o engano,  ignorar o engodo e engasgar com essa maldita goma que nao desce pela garganta

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

trap, Falle, val



não se passa impune pelo seu pau
pode-se contar até quanto quiser, um, dois, três, sete milhões
de estrelas piscando, putas parindo, machos dando
nada nesse mundo é capaz de suavizar o que foi concebido
como isca, alçapão, arapuca
agora fico eu a reclamar atenções fazer novenas assistir sentenças constituir comiserações
desconsiderando
a economia
o vale tudo
a hermenêutica
& mais três ou quatro sardas que você esqueceu ali na porta da casa
de propósito

só para eu sambar sobre elas

terça-feira, 5 de agosto de 2014

My own private barbarosa

contos de fadas não são para os fracos
todos os dias finjo que não crescí & fico fazendo meneios & firulas
para afastar as bruxas e fantasmas
que rondam & roldeiam por aqui & ali
nos cantos da existência. 
só posso dizer que aquela fada má muito má me fodeu: depois que abri os olhos & crescí nem o barba ruiva me pegou mais

quarta-feira, 18 de junho de 2014

foda nosso 0x0 ou a copa do mundo é nossa


 
foda nosso 0x0 nada de mar do norte barba ruiva & intensidades. Então sorry: eis-me louco e doidivando divagando sobre os pelos que não enroscaram na garganta. invento outros placares conto novas mentiras enquanto a gente desacontece abruptamente por esses caminhos.

foda nosso 1x1 todos os mares & oceanos revoltos. Então: ueba eis de volta ao mundo nós os dois. dando bolas & pintas nas nossas risadas amarelas & cansadas. correndo & saltado pelos caminhos completamente satisfeitos.