quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Lete





eu teria algumas adjacências para juntar ao seu swing inda mais que comigo você falou línguas estranhas coisas estranhas ligadas em tablaturas salmodias & acalantos que nem se tocam mais quando de repente apertou achei que era entrega mas foi só simpatia & coisas boas de lembrar para morrer de rir & esquecer



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terça-feira, 27 de outubro de 2015

quando sobrevoei ierevan

quando sobrevoei ierevan sabia que não teria nem chão nem teto. não havia pouso seguro à vista. isso estava posto em seus olhos enquanto meu corpo era todo pista & um blues sentido sobrevivia na barulheira étnica de gritos & chocalhos & guizos & olhos. posto estava. mas a realidade é que não existem voos decolagens ou aterrissagens seguros. tudo depende da flexibilidade de sua asa & da sua capacidade inflexível de se conformar conforme exigem a etiqueta a geometria & a teoria das supercordas. é foda ser cordato em momentos como este. melhor seria ser odioso & esfregar na tua cara a rola que agora perdes.
despede.
vai.
beijos.
bye.

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segunda-feira, 19 de outubro de 2015

rumo à estação armênia

ignoro se alguma frase é capaz de fazer o efeito necessário para enfeitiçar você & a crase que insisto em evitar. desconheço qual signo combina com o seu. sinal de que não reparei direito a cor de seus olhos. os meus andavam ocupados demais decifrando as frestas de sentidos possíveis entre suas palavras & seus gestos. justo eles que me puseram bêbado & desesperado sorrindo feito besta & atormentado pelas ondas que em breve se levantarão a 3, 4, 10 metros fazendo águas do meu desejo. mas por ora decoro os textos & a casa. & todos os dias  & lugares são flores.

sábado, 3 de outubro de 2015

Adamastor

das coisas baitas nunca bastam as suas aparições & belezas delas se exige repetição & repetições nunca bastam porque baitas essas coisas batem na gente tangenciam o tornozelo & se expandem galáxias afora afeitas a orbitarem em pluricéus que não se conformam nem se confirmam como matéria corpo mesmo sendo matéria & corpo de um adamastor moderno que doma as donas de casa enquanto elas suspiram pelo que não virá mesmo que devir mesmo que nem deva ir daí essa vontade louca de ficar ali parado no dever cumprido de um compasso longo & grande imenso & lindo de tão baita



ouça esse poema, clicando abaixo

https://soundcloud.com/samusque/adamastor

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

antevisão/preview/Vorchau



Ver o tempo passar
A passos bem largos, larguíssimos
Educa o meu olhar que te busca e te acha farol que você é
Em suas conquistas estão marcados sua vontade, meu corpo, nosso amor
Em novas vitórias também estarei ao lado, sob e sobre você
Passando por todas suas curvas e músculos e dentes
Titã das terras vermelhas
Que cavou as caves avinhônicas cheias de desejo e lavanda
Enquanto eu fechava meus olhos  para farejar o seu cheiro.
Eu parco homem e você todo Prometeu
Mas um dia nascerei ou rocha ou corvo ou fígado
Para te acompanhar pelas eternidades

Que seus olhos e correntes anunciam