quinta-feira, 14 de outubro de 2010

moloko vellocet


reencontrei meu coração
na beira do vale verde
fazia fisioterapia o bichinho
estava tão avariado
mal pulsava mal batia

precisava mesmo de exercícios pilates luz forno & fogão


cozinhou meu coração

fez um banquete de pratos & talheres

ofuscou-me todo eu ego yo io ani com o brilho daquela felicidade

quando penetrou na minha órbita ocular

não vi mais nada





se eu dissesse: céus e terras moveram-se

alias como já foi dito

diria pouco

& ele riu


tenho as vezes acessos de fúria ao entardecer

as vezes não tenho

as vezes vazo tanto de mim que meu coração janta & sorri na minha frente

mas to fraco demais para toma-lo

e taca-lo no buraco que me ficou.







plantei gerânios no lugar

porque têm bom cheiro, florescem sempre & nem precisam de tantos cuidados.

meu coração que se foda.



atirei meu pau contra o guarda que guardava guardadores de carros

(mas ele não estranhou a glande que grudou na testa dele como uma verruga).

guarda!

gosto de amar assim

aos pedaços.







desisti de meu coração. meus gerânios estão lindos.







as vezes tenho acesso de fúria ao entardecer




arranquei os geranios e sangrou uma baba verde e cheirosa

que escorreu pela minha barriga até onde antes era meu pau

ardeu!

esmasculado e fertilizado entrei em despero, só faltava fica grávido

de mim.



não fiquei.







mas onde antes existia meu pinto três outros literais paus nasceram. to torcendo para que eles deem folhas flores frutos e não fiquem se pegando como tenho notado. se não dá tudo uma coisa só.


& não é que meu coração passa horas & horas & mais horas conversando com a com b e com c?



mantive o buraco em meu peito. limpo-o as vezes. mas ainda assim escorre essa gosma verde e cheirosa.



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