reencontrei meu coração
na beira do vale verde
fazia fisioterapia o bichinho
estava tão avariado
mal pulsava mal batia
precisava mesmo de exercícios pilates luz forno & fogão
cozinhou meu coração
fez um banquete de pratos & talheres
ofuscou-me todo eu ego yo io ani com o brilho daquela felicidade
quando penetrou na minha órbita ocular
não vi mais nada
não vi mais nada
se eu dissesse: céus e terras moveram-se
alias como já foi dito
diria pouco
& ele riu
tenho as vezes acessos de fúria ao entardecer
as vezes não tenho
as vezes vazo tanto de mim que meu coração janta & sorri na minha frente
mas to fraco demais para toma-lo
e taca-lo no buraco que me ficou.
plantei gerânios no lugar
porque têm bom cheiro, florescem sempre & nem precisam de tantos cuidados.
meu coração que se foda.
atirei meu pau contra o guarda que guardava guardadores de carros
(mas ele não estranhou a glande que grudou na testa dele como uma verruga).
guarda!
gosto de amar assim
aos pedaços.
desisti de meu coração. meus gerânios estão lindos.
as vezes tenho acesso de fúria ao entardecer
arranquei os geranios e sangrou uma baba verde e cheirosa
que escorreu pela minha barriga até onde antes era meu pau
ardeu!
esmasculado e fertilizado entrei em despero, só faltava fica grávido
de mim.
não fiquei.
mas onde antes existia meu pinto três outros literais paus nasceram. to torcendo para que eles deem folhas flores frutos e não fiquem se pegando como tenho notado. se não dá tudo uma coisa só.
& não é que meu coração passa horas & horas & mais horas conversando com a com b e com c?
mantive o buraco em meu peito. limpo-o as vezes. mas ainda assim escorre essa gosma verde e cheirosa.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário