Quem te vê talvez veja como os dias podem ser bons e como
pudendas bundas podem ser gostosas quando vistas de longe momento em que as lambidas
são meros sonhos mas que podem virar a noite ali naquela esquina em que você se esconde.
Mas quem te viu de perto aprendeu a gostar desse seu mau
gosto meio saborzinho de comida ruim bem baratinha que se encontra nos vales,
parques e praças dessa cidade. Quem te viu de perto sabe exatamente o nome de
seus desvios onde muitos se perderam nas curvas nessas que dancei ou noutras
que levaram os incautos à deriva onde não há nem ilhas nem mar nem nada buraco
negro onde se mete dois dedos e mais dois, depois goza e ali se deixa toda esperança
escorrer pelo seu ralo. Quem te viu de perto vê os dias avançando e se arrastando
por entre suas carnes moles, seus dentes tortos, suas pernas toscas onde os
tios mijam e trocam impressões sobre o poste colando cartazes ao deixarem as
mordidas nessas costas em que os presos marcaram os dias de foda e de espera. Quem
te viu de perto, não vê mais nada: é só cegueira e destruição.