Deve haver um meio ou dois terços ou três quartos de orgulho para engolir essa situação e partir mesmo que em pedacinhos pro oriente. Deve haver alguma espécie de portal para atravessar o tempo e chegar onde tudo sempre esteve e tecer desconsiderações e fazer assim com a cabeça pois tanto faz cá como lá as coisas mudam pouco. Como não cabe no mundo meu coração batuca aquela velha canção sem muito sentido com pouco significado e sai de cena saudando os pobres e os comprimidos. Parece que vai para Pequim. Ainda hoje.
canto livre... de cantinho, beco, pequeno local onde pode se esconder... é um blog de pirações, textos poéticos e fotografias
terça-feira, 22 de dezembro de 2015
viagem
Deve haver um meio ou dois terços ou três quartos de orgulho para engolir essa situação e partir mesmo que em pedacinhos pro oriente. Deve haver alguma espécie de portal para atravessar o tempo e chegar onde tudo sempre esteve e tecer desconsiderações e fazer assim com a cabeça pois tanto faz cá como lá as coisas mudam pouco. Como não cabe no mundo meu coração batuca aquela velha canção sem muito sentido com pouco significado e sai de cena saudando os pobres e os comprimidos. Parece que vai para Pequim. Ainda hoje.
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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015
olhei pelo lado mais fácil
Olhei pelo lado mais fácil. Difícil foi por no
lápis tantos lapsos e descuidos mesmo sabendo matemática e cálculo diferencial. Precisei contar nos
dedos até não ter mais dedos e perder a conta para ter coragem, nadar contra a corrente e remar de volta ao nada subindo o rio contornando alguns desastres reais ou aparentes. Outros, como as pedras, seu nome e a cor mais linda do mundo me foram impossíveis. Por isso me encontro nesse estado de quase coma enquadrado na moldura de seu desejo que tem os ângulos mais bonitos que eu já observei. De olhos abertos. De olhos fechados.
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domingo, 6 de dezembro de 2015
domingo
domingo,
dia de delongas e esperas tão inúteis que penso melhor seria
se segunda feira fosse pois nas segundas apesar das esperas, primeiro corre o
dia. ignoro seu paradeiro também nas
terças. nas quartas meio derrotado desato os nós. quintas e sextas não existem
pois se existissem seriam sábados, não quintas e sextas quando espero ansiosamente
o taxi que me leva rispidamente para sua rua. sábados são de descanso. e o dia
das esperas inúteis revém domingando logo cedo medindo os minutos que você não
conta com a ponta de meu dedo.
segunda-feira, 23 de novembro de 2015
uma nova távola
uma nova távola me ronda e um tudo e um nada aproveitam para
dar voltas com as mãos dadas com a sorte fortuna que aguarda as avaliações justas e necessárias
para permanecer fincando pé fazendo questão ancorado nesse corpo cuja rota
coordenadas mapas indicam ser um porto um ponto ou promontório elevadas nádegas
doces e geográficas nádegas desenhadas constituindo um landscape todo próprio e
particular mares de morros serra e regaço espaços que espero uma hora dessas
ocupar
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sexta-feira, 20 de novembro de 2015
pqp
se na noite úmida dá medo de escorregar no limo que se forma
nas esquinas da existência imagina em cork que chove pra caralho e a água
parece escorrer eternamente pelo meio fio dos séculos. então não há desculpas
para ser descuidado pois não há descuido que passe sem contusões daquelas
sérias que precisam de injeção de ânimo e analgésicos. de analgésicos fortes e
comprimidos pra dormir. e na preguiça
brava da moleza brasileira depois de alguns descongestionantes desconstruir os
discursos de delicadeza fazer um esforço hercúleo e te mandar para aquele lugar.
domingo, 15 de novembro de 2015
(des)acontecimento
canto nesse curto conto as coisas que desaconteceram puf
sumiram no ar sem deixar cheiro ou rastro apenas uma indelével lembrança suave
memória oculta história que logo amanhã desaparecerá nessa névoa do tempo e da estação
na serração que goteja do nariz que produz ranho e raiva pois localiza seu
cheiro ali e não aqui onde traço torto a reta que não me traz você que corre atrás
de outros novos toques ou nem tão novos mas não os meus
escute AQUI a leitura do poema
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sexta-feira, 6 de novembro de 2015
miolo
há um hiato entre seu desejo e meu prato que busco juntar
com meus dedos do meu lado o jantar está posto o retrato está cansado e nem uma
sombra de perigo ou sossego se desenha nesse trago talvez fosse o mundo talvez
meu passado talvez ainda sua unha tocando meu fado que arrastou meu destino para
esta sarça em que ardo sou eu o menino sou eu o malvado
ouça a leitura desse poema A Q U I
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terça-feira, 3 de novembro de 2015
economia
no nível primário a primavera
rola conforme se espera nessa época todo ano. no nível primário as crianças
brincam os adultos tratam dos dentes os cães ladram para qualquer caravana e as
cobrinhas todas conspiram contra.
no nível secundário não dá pra
segurar o nó no peito e transformá-lo em dó no leito só porque sei ler música e mãos. no
nível secundário os círculos não se fecham então não são círculos porque se
fossem descreveriam arcos retornos e você estaria em meus braços e não livre e so far away.
iez... sou capaz de sorrir enquanto me roo osso por osso.
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quinta-feira, 29 de outubro de 2015
Lete
eu teria algumas adjacências para juntar ao seu swing inda mais
que comigo você falou línguas estranhas coisas estranhas ligadas em tablaturas salmodias
& acalantos que nem se tocam mais quando de repente apertou achei que era
entrega mas foi só simpatia & coisas boas de lembrar para morrer de rir
& esquecer
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terça-feira, 27 de outubro de 2015
quando sobrevoei ierevan
quando sobrevoei ierevan sabia que não teria nem chão nem
teto. não havia pouso seguro à vista. isso estava posto em seus olhos enquanto
meu corpo era todo pista & um blues sentido sobrevivia na barulheira étnica
de gritos & chocalhos & guizos & olhos. posto estava. mas a realidade
é que não existem voos decolagens ou aterrissagens seguros. tudo depende da
flexibilidade de sua asa & da sua capacidade inflexível de se conformar
conforme exigem a etiqueta a geometria & a teoria das supercordas. é foda ser
cordato em momentos como este. melhor seria ser odioso & esfregar na tua cara a
rola que agora perdes.
despede.
vai.
beijos.
bye.ouça a leitura deste poema
segunda-feira, 19 de outubro de 2015
rumo à estação armênia
ignoro se alguma frase é capaz de fazer o efeito necessário
para enfeitiçar você & a crase que insisto em evitar. desconheço qual signo
combina com o seu. sinal de que não reparei direito a cor de seus olhos. os
meus andavam ocupados demais decifrando as frestas de sentidos possíveis entre
suas palavras & seus gestos. justo eles que me puseram bêbado & desesperado
sorrindo feito besta & atormentado pelas ondas que em breve se levantarão a
3, 4, 10 metros fazendo águas do meu desejo. mas por ora decoro os textos & a
casa. & todos os dias & lugares são
flores.
sábado, 3 de outubro de 2015
Adamastor
das coisas baitas nunca bastam as suas aparições &
belezas delas se exige repetição & repetições nunca bastam porque baitas essas
coisas batem na gente tangenciam o tornozelo & se expandem galáxias afora
afeitas a orbitarem em pluricéus que não se conformam nem se confirmam como
matéria corpo mesmo sendo matéria & corpo de um adamastor moderno que doma as
donas de casa enquanto elas suspiram pelo que não virá mesmo que devir mesmo
que nem deva ir daí essa vontade louca de ficar ali parado no dever cumprido de
um compasso longo & grande imenso
& lindo de tão baita
ouça esse poema, clicando abaixo
https://soundcloud.com/samusque/adamastor
sexta-feira, 2 de outubro de 2015
antevisão/preview/Vorchau
A passos bem largos, larguíssimos
Educa o meu olhar que te busca e te acha farol que você é
Em suas conquistas estão marcados sua vontade, meu corpo,
nosso amor
Em novas vitórias também estarei ao lado, sob e sobre você
Passando por todas suas curvas e músculos e dentes
Titã das terras vermelhas
Que cavou as caves avinhônicas cheias de desejo e lavanda
Enquanto eu fechava meus olhos para farejar o seu cheiro.
Eu parco homem e você todo Prometeu
Mas um dia nascerei ou rocha ou corvo ou fígado
Para te acompanhar pelas eternidades
Que seus olhos e correntes anunciam
quinta-feira, 9 de abril de 2015
mapa astral não guia ninguem no outerspace
devia estar louco quando aceitei
me sentar ao seu lado & prestei atenção nesse sorriso pintado boquinha de mona
lisa cheirinho gostoso de pele fresca a dar facilmente bandas & arigatôs
aos pássaros que passam e gorjeiam como eu macho gorjearia se pássaro fosse
voando no azul do seu céu. criança
beibe bebê do nosso tempo precoce
novilho carneiro pronto a ser sacrificado pelo seu corpo branco pela
constelação de pontos dourados. galáxias que se estendem & cobrem a face
que galanteio sardonicamente no máximo de minha falsa sisudez. galáxias &
nebulosas . nebulosas & buracos negros. dimensões terceira & quarta à
esquerda desse corpo. devia estar louco quando aceitei me sentar ao seu lado.
ouça esse poema em wave no SoundCloud
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015
dejà vu
juntei uma ponta com outra ponta. medi cuidadosamente. dei
uma laçada. & ei-la. toda pomposa
nossa valiosa vida juntos. que nada. apenas alguns aqui & ali prontos para
exibirem nossas conquistas aos nossos públicos teus & meus. não que eu tenha
uma santa inocência a me acompanhar mas justamente por saber ler que entendo
seus sinais esses aí evidentes sinais de desdém & tanto faz. sorvete ou
rola. carne ou cu. impasse que se resolve sozinho depois. parece velha &
mesma história que se desenrola sorrateira a me destemperar. apesar desses anos
todos. & após tantos ais.
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