quinta-feira, 12 de julho de 2018

manhãs, tardes, noites


O dia passa pesado difícil
As piores horas são todas, mas as manhãs...
As manhãs trazem mais fortes as dores
Era a hora que eu tinha você
Era quando nós cansados mas despertos olhávamos o mundo
E o que ele nos oferecia
As manhãs eram radiantes
Nossos corpos brilhavam
Brotando livros histórias planos e mais brilhos e becks e montanhas de algoritmos e ternuras
Hoje e há dias não faz sol algum
Sobre minha existência
Em mim tudo repousa na sombra

Nas tardes não existo
Desato as dores e não te desculpo

As noites
Ah as noites
Sempre foram o que são
Minha coleção de corpos à direita
A tua coleção à esquerda
Alguns dos corpos trocados
Em farras em festas em fodas rápidas outras nem tanto
E separados voltávamos de alma e saco vazios e por vezes alguns desesperos

Logo surgia o dia
E eu era todo teu
Mas agora há um ódio nesse pretérito
Construído a cada manhã
Calculado a cada virgula
Como uma vulgar peça de inquérito




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