pombas-gira gorjeiam sobre o varal mal disposto
pombas-peru de antuerpia limpam o bico no mesmo varal
periquitos & rouxinóis recolhem as sujeiras deixadas pelas araras
que aleardearam alvíssaras.
indiozinho pataxó dá as mãos para um terena
que embrulhadinhas em folhas de bananeira
são assadas ao ponto
porque índio quer apito
& o pau comendo.
em outra praia pascal medita & dorme
vomita uma babinha metafísica
boa para fazer papa de calopsita e vestidinho de bispo.
o passaredo todo alardeia a ideia mais despropositada
fazer propósito e não ser nem andorinha
muito menos galinha
dangola
índia ou
carijó.
ciscar por ai:
never more
nem sobre o busto de palas athena
nem sob as botas do gato de napoleão
nem atras das cortinas do municipal
tampouco na sua frente na sua cara.
pombinhas da paz fazem cocô nas estátuas congeladas do tempo
cagam florezinhas da paz
inutilmente
as pombinhas da paz
se cagassem tréguas soltaria rojões em seu e em meu nome
moraríamos juntos
e estrelariamos comercial de margarina maionese ou mingau de aveia
mostrando pra todo mundo os dentes mais brancos
e as cores mais vistosas
que o amor pode proporcionar.
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