segunda-feira, 27 de junho de 2016

broken

cruzei os dedos quando te cruzei

como podia deixar passar tanta vida respirando brava e forte com fartas doses de doçura que eram quase diabéticas doses de doçura delícias que eu sorvia com minúcias entre miríades de palavras e pensamentos e alguma ação política coordenada pelo seu incontestável politburo?

fiquei de bem comigo com minha carreira com meu corre e toda essa correria encerrada no que se designa como um cotidiano e rotineiro dia a dia

mudei de lugar e de roupa dez vezes dez mil vezes inúmeras vezes fui o diabo do meio do redemoinho mas que ao dormir sonhava com você e os anjos e o inferno era o mais lindo dos paraísos perdidos e imperscrutáveis

mas você mudou de ideia e na outra não couberam meu corpo minha cabeça e coração essas coisas que se deseja que caibam quando se deseja e por isso cabe mas não coube

eu fiquei aqui esquentando o ano sozinho sonhando achar algo logo em milano ou no lago de como ou em lugano onde depositei meu dinheiro e minha esperança de sobreviver sem merecer suas demasias como um mineiro

no rio de janeiro



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