Nem sempre é dia de sol nesse planeta
tem vezes que chove na galáxia
e de nada adianta achar ou perder dentes e estribeiras
esse universo não é para os fracos
fosse outra voz que me ensinasse outra vez ainda assim não
aprenderia
nada
e seguiria errando
e errando por esses caminhos em que me perco
atravesso uma ruela
erro o passo
piso em falso
e me apresso
em direção à nenhuma direção
ignoro as placas e as setas
a chuva molha a alma e a barra da calça
tenho vontade de rir quando hablan comigo
na minha mão um copo vazio reclama o gim
e todos os dias encontro corpos caídos junto aos cacos junto
aos copos que são recolhidos pelos serviços de limpeza que paradoxalmente
funcionam bem nessa cidade
(após a ponte a parcela de dor aumenta. estabeleci ali a
linha verde: para la mi muero para cá mi mata
aquém do que sobrou de ti aí sim algumas maravilhas para
amenizar os desencantos: frutas macias e bonitas mordidas sob frios chuviscos
que me lembraram que estou vivo, ainda
que respirando por esses aparelhos amarelos vermelhos alguns marrons
organizados em caixas ou em cestas ou descansando sobre um pano sujo)
músicas ecoam escoando delírios. yo por ti seré, culebra e
desviei do grupo de rapazes que me olhavam com olhos de espanto e algum
escarnio. parei na frente de letreiros de neon hoje led e teria ficado lontano
lontano se estivesse na itália mas não estava. dilema entre o entrar e sair
correndo quando São Jorge Alonso de los Tacones me sorriu e me conduziu para o
balcão de bar de fórmica falsa onde copos dançavam e faziam estripulias. pensei
no destilado que beberia e no arrigo
roubado. whisky, señor. esforcei-me para não perder a razão e nem a consciência
senti seu cheiro quando acordei
alguém arrumou a bagunça que fiz antes de bater perna
dor de cabeça de altitude e
de álcool não passam com analgésicos
o mundo visto de cima não faz sentido
há um vazio na minha barriga q faz gelar a alma
oh la dolorosa distribuidora de pedaços nacos bocados de sua
própriia carne aos famintos. saciai-me.
esses dentes essas mordidas não foram os cachorros que
cravaram. nem os cavalos.
o prazer foi meu seguido por sete dígitos estavam estampados
no bilhete com a marca do hotel.
a cidade de dia é diferente. também nessa hora o são os
desejos. cheiro de café. gente que passa apressada indo de nada a nada e muitas
pombas. das mais estúpidas.
e o carros entopem as vias pessoas caminham. outras correm.
um ônibus vermelho passa. dois. três.
paro nas inúmeras paredes rabiscadas.
os desenhos me atrasam
vejo vitrines
assisto a cidade que a tarde traz outras vontades.
em chapinero há formas de ser para todos os gostos. escolhi
três delas
mas meu dedo deletério
(por que sera q as pessoas são tao deletérias? sinto que
também apodreço qdo toco nelas)
trouxe de volta
o rapaz da pedra o rapaz da funda
ó tu davi
tu com a pedra e tu com a funda
ao mirar meu corpo todo
acertou bem certeiro o centro do meu olho
que vaza sangue
pela órbita vazia.
quando voltar semearei rosas nela
para ver a qualidade dos espinhos
Jorge Alonso me conduziu ao hospital e depois ao hotel
acompanhou as minhas dores
disse palavras confortantes.
dormi em seus braços.
devo ter babado.
O sol se apresenta ao meu adeus
com o olho que me sobra olho a rua pela vidraça
não parece haver pressa nessa cidade
nem apreço que venha de ti
disse adiós ao porteiro
e bye bye a bogotá
(o sonho de aleka foi meu mais terrível pesadelo)
aaaaaiiiiiiiiiiinnnnnnnnnnnn uooooooooonnnnnnzzzzzzzzz
crashhhhh shhhhh
shhhhh arrrrrrrr rchrlllaaalllllllllk ahhhhhwosssss
placrrrrrrrrrrssshhh
craaa krttttoillllnn PÁÁÁ
tzoinnn bibibpiipitiiiiiii PÁÁÁÁ
...
Não houve mais nenhum
outro dia