cruzei os
dedos quando te cruzei
como
podia deixar passar tanta vida respirando brava e forte com fartas doses de
doçura que eram quase diabéticas doses de doçura delícias que eu sorvia com
minúcias entre miríades de palavras e pensamentos e alguma ação política
coordenada pelo seu incontestável politburo?
fiquei de
bem comigo com minha carreira com meu corre e toda essa correria encerrada no
que se designa como um cotidiano e rotineiro dia a dia
mudei de
lugar e de roupa dez vezes dez mil vezes inúmeras vezes fui o diabo do meio do
redemoinho mas que ao dormir sonhava com você e os anjos e o inferno era o mais
lindo dos paraísos perdidos e imperscrutáveis
mas você
mudou de ideia e na outra não couberam meu corpo minha cabeça e coração essas
coisas que se deseja que caibam quando se deseja e por isso cabe mas não coube
eu fiquei
aqui esquentando o ano sozinho sonhando
achar algo logo em milano ou no lago de como ou em lugano onde depositei meu
dinheiro e minha esperança de sobreviver sem merecer suas demasias como um
mineiro